segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Crítica | Mãe!

BIZARRO, SURPEENDENTE, INSANO E PROFUNDO, "MÃE!" CHEGA PARA INOVAR O MERCADO CINEMATOGRÁFICO



O novo filme de Darren Aronofsky (Cisne Negro, Noé) tem causado grandes polêmicas em suas primeiras exibições ao redor do mundo, dividindo opiniões entre total ódio ou eterno amor ao filme. Muito se tem ouvido sobre ele, como curiosidades sobre a produção em que a atriz protagonista, Jennifer Lawrence, foi ao mais fundo de seu psicológico e chegou a super ventilar e deslocar a costela para uma ótima atuação em cena. Ou que o filme é um terror que veio para revolucionar o cinema. Confesso que esta última parte havia me deixado com muito receio, pois todo ano dizem que um terror veio para revolucionar e no fim, nem é tudo isso. Felizmente, desta vez, eu estava errado. Mãe! realmente chega com uma proposta muito além e diferente do que se tem visto em questões cinematográficas nos últimos anos.

Como pessoa, sempre fui muito fã do gênero terror e sonhava com um dia em que o gênero seria levado à sério e indicado ao Oscar. Depois de muitos anos, a possibilidade de ver um terror ganhando uma estatueta, finalmente é grande. Por que disso tudo? Vamos lá... primeiramente, é um filme muito inteligente e difícil de se falar sobre, pois cada pessoa só vai realmente entender após experienciar por si só nas telonas.

Darren nos presenteia com uma obra de arte, isso ninguém pode negar. Goste ou não do filme, se ele tem causado todo esse alvoroço, ele tem marcado essa geração. Isso é um fato, ponto! Por que o filme tem dividido tanto as opiniões? Bom, sabe a Bíblia, que cada pessoa tem sua interpretação? Pois bem... podemos dizer que a obra de Aronofsky é comparável à Bíblia. O filme aborda tantas questões e nos choca de um jeito tão profundo que cada pessoa saiu da sala de cinema com uma visão diferente sobre o mesmo. Eis o motivo de você só entender realmente a profundidade dele após experienciar com seus próprios olhos.

Se você está esperando um terror jump-scare, ESQUEÇA! Mãe! é um terror psicológico feito como um quebra cabeça, em que tudo é retratado nele. Tudo é feito de uma forma bizarra, insana e surpreendente. As coisas vão acontecendo e acontecendo de forma que aquilo vira uma montanha russa e de repente explode na sua cara. E justamente o fato das coisas serem tão bizarras, porém possíveis de acontecer até certo ponto, é que torna o filme assustador. 

Darren não teve medo de mostrar o mais podre da nossa sociedade de uma forma genial e profunda. O mais genial é que ele não só trata dos sentimentos mais profundos, como também trata da sociedade, o desespero de uma mãe, machismo, fanatismo, mundo, planeta Terra... assim como aborda também questões como "Até que ponto estamos dispostos a nos abrir ao desconhecido?", "Até que ponto meu trabalho é mais importante?", "Até que ponto a fama é boa?", além de questões religiosas. E o melhor de tudo... tudo isso DENTRO DE UMA CASA! 

Eu tenho certeza que eu não compreendi todas as questões abordadas pelo filme e toda sua profundidade, mas o que eu vi e o que eu experienciei naquela sala de cinema, com certeza foi um filme extremamente ousado que me tocou de um modo tão profundo a ponto de me fazer chorar com seus questionamentos, além de me emocinoar ao acreditar que Mãe! veio mesmo para revolucionar a indústria cinematográfica. 

Trantando-se das atuações, tudo está perfeito. Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes, Passageiros, O Lado Bom da Vida) nos carrega durante o filme todo, deixando muito claro os sentimentos de uma mãe. Não uma mãe de um bebê, mas uma mãe de uma casa, de uma sociedade/humanidade. Lawrence nos traz uma verdade cênica tão forte que ao longo do filme, enquanto a casa pulsa junto aos sentimentos da atriz, vamos ficando cada vez mais aflitos e piedosos. Sentimos exatamente TUDO que a personagem da atriz sente, nos momentos certos. (Para os fãs de Jogos Vorazes, talvez seja interessante mencionar que a Garota Em Chamas está novamente EM CHEMAS neste filme.)

Javier Bardem (007 - Operação Skyfall, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar) também brinca com nossos sentimentos, nos fazendo suspeitar, odiar e sentir pena de seu personagem, enquanto traz um artista com bloqueio criativo que passa disso para a fama excessiva.

Mas são os personagens de Ed Harris (Westworld) e Michelle Pfeiffer (Noite de Ano Novo, Sombras da Noite) que nos trazem toda a bizarrice e realismo fantástico do filme, acrescentando mais profundidade à história e gerando um ódio no público com seus personagens invasivos.

Enquanto direção, atuação, som... tudo está perfeito ao ponto de realmente ter uma grande chance do terror ser indicado ao Oscar por várias categorias. Esqueça qualquer terror ou filme que você viu este ano! Esqueça qualquer notícia, trailer ou crítica! Esqueça qualquer opinião que lhe foi passada sobre o filme. Vá ao cinema e passe pela experiência por si só. Só então entenderá a profundidade e tirará as próprias interpretações e conclusões sobre esta obra de arte que Aronofsky nos dá. 

NOTA

Confira o trailer

Mãe! será distribuído pela Paramount Pictures Brasil e estreia nesta Quinta-feira, 21 de Setembro, com classificação 16 anos. 

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