segunda-feira, 8 de agosto de 2016

'A CORTE' ESTREIA NESTA QUINTA-FEIRA

Estrelado por Fabrice Luchini, longa ganhou dois prêmios no Festival de Veneza em 2015



 A CORTE recebeu dois prêmios do júri presidido pelo diretor Alfonso Cuarón. Melhor roteiro e melhor ator para Fabrice Luchini por seu papel como o juiz Michel Racine. O longa estreia em 11 de agosto em São Paulo e Rio de Janeiro e será distribuído no Brasil pela Califórnia Filmes.

A CORTE conta a história de Michel Racine, um juiz temido do Tribunal Criminal e que comporta-se de forma tão dura consigo mesmo como com os outros. Conhecido como o “juiz de dois dígitos”, sua sentença mínima é sempre maior que dez anos, mas tudo muda quando Racine reencontra Ditte, uma antiga paixão que é escolhida como jurada em um novo caso que ele deve julgar.

“Queria que o personagem fosse muito desagradável! Adoro personagens que não despertam nenhuma compaixão. Vivemos em uma época da compaixão mecânica, global. Todo mundo se vê obrigado a ser bondoso, simpático... e meu personagem é o contrário e por isso mesmo um ótimo juiz. Antipático, mas eficiente em seu trabalho. Ele encarna a autoridade, mas não procura nunca influenciar o júri”, explica o ator.

A ideia de contar a história de A CORTE partiu do produtor Matthieu Tarot, um apaixonado por filmes de tribunal que convidou Christian Vincent para escrever e dirigir uma trama sobre um juiz linha dura. Ao contrário de seu produtor, Vincent não conhecia a fundo o universo judiciário e, para escrever o roteiro, assistiu a inúmeras sessões em tribunais franceses, observando todas as partes de um julgamento como um estudante de direito, acompanhando o cotidiano de juízes, advogados e jurados. A cada suspensão da sessão, observava o presidente do júri e seus assistentes, assim como os nove jurados nos bastidores e se deu conta de que o tribunal possui elementos muito semelhantes ao de um teatro, com público, atores, dramaturgia e bastidores. “Imaginei um juiz perto da aposentadoria. Um homem respeitado e temido no tribunal, mas desprezado e ignorado em seu ambiente familiar. Em sua vida privada, com a exceção de seu cachorro de estimação, ninguém se importa com ele. Ou seja, um homem amargo, com pouca inclinação aos prazeres da vida. Um homem que se apaixonou apenas uma vez e que se vê obrigado a conviver com uma antiga paixão durante o julgamento de um caso”, explica o diretor e roteirista.

A atriz dinamarquesa Sidse Babett Knudsen interpreta Ditte, uma paixão antiga do juiz Racine. “O juiz representa a noite, a parte sombria que temos dentro de nós, enquanto Ditte é a luz. Para criar esta personagem, me inspirei na personagem Christine, interpretada por Nora Gregor, no filme “A Regra do Jogo” (1939) de Jean Renoir. No filme, um aviador se apaixona perdidamente por ela simplesmente porque ela o trata gentilmente”, explica o diretor.  A atriz, que morou na França durante sua juventude e aprendeu a falar francês trabalhando como babá antes de ingressar na escola de teatro, comenta sobre as diferenças entre as escolas de atuação francesa e dinamarquesa: “Na Dinamarca, a formação de um ator é baseada na psicologia. Na França, ela é mais física e rigorosa. Para um ensaio, sempre chego com antecedência para aquecer o meu corpo e minha voz. Na Dinamarca isso não se faz. Na França somos educados a ter consciência do espectador. Ele paga, então devemos lhe dar algo em troca”.

Para o diretor, filmar a França, sua diversidade de território, línguas e culturas é um dos objetivos de sua carreira, por isso ele decidiu filmar no Palácio da Justiça em Paris porque se trata de um lugar “onde todas as vozes se cruzam, onde todas as culturas coexistem e onde todas as classes sociais se encontram”.  

Confira o trailer do filme:

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