As aventuras do Doutor Estranho nos quadrinhos sempre contaram com incríveis cenários surrealistas e realidades alternativas, uma tradição que vem sendo seguida à risca no novo filme da Marvel Studios. Para isso, o departamento de arte de Doutor Estranho, longa que estreia em 3 de novembro no Brasil, fez uma profunda imersão nos trabalhos de Steve Ditko, o primeiro artista a desenhar as HQs do herói. Na produção do filme, 49 profissionais se desdobraram para criar mais de 3 mil artes conceituais e 40 maquetes de sets, seguindo padrões geométricos que tornaram os cenários alucinantes.
As filmagens de Doutor Estranho se dividiram entre Londres, Nova York, Katmandu (Nepal) e Hong Kong. Para criar o clima ideal de magia, foram construídos 21 enormes e detalhados sets – o maior deles, o dos jardins e ruas de Kamar-Taj, contou com mais de 1.200 m2. Algumas cenas internas também foram captadas no histórico Exeter College, que faz parte da Universidade de Oxford, onde J.R.R. Tolkien, entre outros notáveis, estudaram.
Todo esse cuidado com o visual é realmente importante pois já nos anos 1960 Steve Ditko investia toda o seu talento em paisagens distorcidas e mundos fantásticos nas aventuras do Doutor Estranho. Esses conceitos surreais somados às tramas metafísicas do roteirista Stan Lee transformaram as aventuras do Mestre das Artes Supremas um sucesso entre os universitários da época. Muitos leitores até defendiam que a aparência do herói lembrava o ator Vincent Price, que interpretou um poderoso mago no filme O Corvo, lançado em 1963, com direção de Roger Corman.
Outra curiosidade: um detalhe de uma revista do Doutor Estranho apareceu camuflada na capa do disco A Saucerful of Secrets, lançado pelo grupo inglês Pink Floyd em 1968. A arte psicodélica do resto da imagem, aliás, também era uma referência às diversas dimensões visitadas pelo herói nas HQs.
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