segunda-feira, 8 de agosto de 2016

'O HOMEM QUE VIU O INFINITO' MOSTRA AMIZADE DOS MATEMÁTICOS

Os dois gênios, interpretados por Dev Patel e Jeremy Irons respectivamente, são bastante diferentes, mas revelam muita afinidade nos estudos, desenvolvendo importantes trabalhos que são reconhecidos até hoje



Com roteiro e direção de Matt Brown (Ropewalk, London Town), o filme O Homem Que Viu o Infinito (The Man Who Knew Infinity, UK, 2015) chega nos cinemas brasileiros no dia 22 de setembro. Baseado em fatos reais, o longa conta a comovente história da genialidade do indiano Srinivāsa Aiyangār Rāmānujan, interpretado por Dev Patel (Quem Quer Ser Um Milionário?). Mesmo sem formação acadêmica, Rāmānujan contribuiu definitivamente em diferentes áreas da Matemática. Mas para isso, ele contou com a amizade de seu professor G. H. Hardy, interpretado por Jeremy Irons (Reverso da Medalha).

O legendário matemático Rāmānujan nasceu em uma pobre família de Brahmin, em um pequeno vilarejo próximo ao Chennai, no Sul da Índia. Sua introdução à matemática formal começou quando tinha 10 anos. Ele demonstrou uma habilidade natural e ganhou livros de trigonometria avançada escritos por S.L.Loney - autor de vários livros sobre matemática - que  dominou  aos  12 anos.

Descobriu teoremas próprios e redescobriu a identidade de maneira independente a fórmula matemática de Euler. Essas habilidades geniais foram elogiadas na escola, ganhando  prêmios. Aos 17 anos, ele conduziu sua própria pesquisa matemática sobre os números de Bernoulli e a constante de Euler-Mascheroni.

Devido a sua inteligência fora do comum, em 1912, ele foi convidado a aprofundar seus estudos na Trinity College na University Cambridge, pelo renomado Professor G.H. Hardy. Então, ele deixa sua cultura, comunidade e sua esposa, Janaki (Devika Bhise), para viajar pelos mares até a Inglaterra. Sob a tutela de seu excêntrico e sofisticado mentor, G.H.Hardy  o trabalho  de  Rāmānujan se desenvolve de uma forma que, sem que ele perceba, revoluciona a matemática e muda a maneira com que os cientistas explicam o mundo.

Até hoje, seu trabalho é referência para a comunidade matemática. Infelizmente, sua vida foi curta e, mesmo assim, o indiano compilou aproximadamente 3.900 resultados (em sua maior parte identidades e equações). Rāmānujan contraiu tuberculose enquanto estava em Cambridge e morreu aos 32 anos, um ano depois de seu retorno à Índia.

O renomado professor de Cambridge, G. H. Hardy, era o oposto do indiano. Hardy nasceu em Cranleigh, Surray, Inglaterra, em uma família de professores com forte inclinação para a matemática. Assim como Rāmānujan, a afinidade de Hardy com a matemática foi percebida logo em seus primeiros anos de vida. Quando tinha dois anos, Hardy escreveu números até os milhares, e quando levado à igreja, ele se distraia fazendo fatorações dos números dos hinos.

Um dos seus trabalhos mais populares foi o “Em Defesa de Um Matemático”, ensaio escrito nos anos de 1940 sobre a estética da matemática que é considerado uma das melhores visões da mente de um matemático escrito para leigos. Hardy foi o tutor de Rāmānujan. Mesmo com perfis diferentes, os dois tornaram-se colaboradores próximos e grandes amigos. Em uma entrevista quando perguntado sobre qual foi sua maior contribuição para a matemática, Hardy respondeu sem hesitação que foi a descoberta de Rāmānujan.

Confira o trailer do filme:

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