segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Crítica | Boi Neon



Em Boi Neon acompanhamos a história do vaqueiro Iremar, interpretado por Juliano Cazarré, que prepara e limpa o rabo dos bois durante o dia e sonha com figurinos de lantejoulas e costura roupas para a  Galega a noite, sua amiga das vaquejadas e mãe de Cacá, sendo a atriz mirim revelação do filme, Alyne Santana.

O filme é um longa cult, o que faz com que seja bem parado, nos dando a triste impressão de que o roteiro não tem exatamente uma história com começo, meio e fim, parecendo estar sempre ali, na mesma situação, no mesmo dia a dia comum e que o ápice de sua história vai ser uma cena de sexo. Outro ponto polêmico do filme é justamente a questão da nudez, tendo em vista que temos várias cenas com nu frontal e sexo explicito. No entanto é importante abordar o maltrato aos bois que vemos no decorrer do filme, nos fazendo ver o quanto o ser humano se diverte com o sofrimento e encurralamento dos animais.


NOTA:

Confira o trailer abaixo:


Boi Neon teve sua estreia mundial no Festival de Veneza em Setembro de 2015, onde recebeu o prêmio especial do júri na mostra Horizontes. Logo em seguida participou da primeira competição oficial do Festival de Toronto, em que ganhou uma menção honrosa e foi o único filme que garantiu distribuição nos EUA e Canadá. Até agora o filme já foi exibido em mais que 30 festivais, acumulou 14 prêmios - incluindo 4 de melhor filme (confira a lista completa abaixo) - e será distribuído em 15 países.


O filme contribui para quebrar com o estereótipo de um Brasil rural idealizado, primitivo, a imagem pronta para consumo e, dessa forma, renova o entendimento e conhecimento de uma realidade que está em mutação econômica, social e cultural. No processo de atualizar o imaginário político e simbólico acerca da contemporização das relações humanas no nordeste, o filme dilata as noções de gênero, ressignifica os desejos e sonhos humanos e levanta questões acerca da convivência entre sociedade e espaço.

Boi Neon estreia dia 14 de Janeiro nos cinemas.

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